No passado dia 1 de junho realizou-se no Centro Dehoniano, mais um encontro dos Universitários, a “Missa dos Aflitos”, presidida pelo padre Antonino de Sousa.
Em época de exames, trabalhos e outras quantas preocupações nada melhor do que sermos colocados na mão de Deus e sermos objeto de reflexão e de partilha. Num ambiente intimista, de paz e em contacto com a natureza fomos postos frente-a-frente com algumas situações que acontecem de forma rotineira e que nem sempre temos consciência de tal.
Dia após dia verificamos que tantas situações surgem sem que nós façamos nada para alterar o que é costume, nem para deixar a nossa marca em cada uma delas. O fazer as mesmas coisas, o dizer as mesmas palavras, os mesmos lugares visitados e até o partilhar momentos com quem entra no nosso dia…. Quisemos olhar para a nossa vida como um bom semeador que lança as sementes à terra da vida para mais tarde colher os frutos. Assim, num momento de partilha, fomos desafiados a escrever num papel todas aquelas aflições pelas quais passamos e que nos invadiam o coração. Ao longo de toda a celebração ecoou o semear e o dar fruto, esta dualidade de tempos distintos que vão sendo notados em nós apesar da sua distinção. Em comparação com o semeador que lança a semente à terra e que ao longo do tempo vai crescendo sem que o semeador interfira, temos que entender que as grandes transformações acontecem no silêncio. Podemos querer uma vida estipulada, onde tudo está bem delimitado e ajustado, mas não é esse o pensamento que devemos ter. Deus sabe quando tudo deve ser tornado real, uma vez que Ele é o senhor do tempo e da eternidade.
No final da celebração cada participante pode retirar um papel que pertencia a outra pessoa, para refletir e colocar-se no papel do outro durante a semana de aflição que se avizinha e assim tornar a sua escalada menos ingreme. Seguiu-se o reconfortante chá com bolachas que aqueceu ainda mais a noite. Com energias renovadas e confiante que as sementes plantadas vão, a seu tempo, dar fruto, posso dizer que foi um momento que me deixou com o coração cheio e com ainda mais certeza de que Ele que tudo semeia, está sempre comigo e que acompanha cada um dos meus passos. No entanto, as dificuldades vão surgir sempre, convém ressalvar que o importante é não desistir e colocarmo-nos nas mãos de Deus para a cada tempo sejamos capazes de colher os frutos que no passado foram plantados. Para isso, uma frase do nosso querido Papa Francisco: “Jovens, não tenham medo do compromisso, do sacrifício e não olhem para o futuro com medo, mantenham viva a esperança: há sempre uma luz no horizonte.”
Ana Teresa Castro
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